Modelos de Dispersão Populacional do muriqui-do-norte, Brachyteles hypoxanthus (Primates, Atelidae)

Nome: BRUNA SILVA SANTOS
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 30/03/2012
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Britaldo Silveira Soares Filho Co-orientador
Sérgio Lucena Mendes Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Adriano Pereira Paglia Examinador Externo
Francisco Candido Cardoso Barreto Examinador Interno
Sérgio Lucena Mendes Orientador

Resumo: O muriqui-do-norte, Brachyteles hypoxanthus (Primates: Atelidae) é endêmico da Mata Atlântica brasileira e vive em grupos compostos por vários machos e fêmeas, no qual os machos são filopátricos e as fêmeas dispersam de seus grupos natais antes de se tornarem ativas sexualmente. A área de estudo, o município de Santa Maria de Jetibá (SMJ), sofreu substituição da vegetação original por tipos diferentes de uso e ocupação do solo causando a fragmentação e a perda de habitats. Esta pesquisa objetiva simular a dispersão de cinco grupos populacionais de muriquis, estimar o número de indivíduos futuramente e a área ocupada por eles, identificar áreas chaves para possibilitar sua dispersão e propor formação de corredores ecológicos para viabilizar a formação de metapopulação. Os dados empregados neste estudo foram coletados nos anos 2002 a 2011, sendo que em 2011 havia um total de 75 muriquis vivendo nos fragmentos estudados. Os cinco grupos estudados apresentaram crescimento populacional positivo, sendo que a taxa média de crescimento populacional dos cinco grupos foi de 4,97% ao ano e a média de densidade populacional igual a 0,11 ind./ha. Foram criados modelos de crescimento populacional, demanda de área e dispersão do muriqui, considerando a necessidade de incremento de área para suportar a quantidade crescente de animais. Partindo do pressuposto de que os muriquis necessitarão migrar para novos ragmentos de mata quando a capacidade de suporte do fragmento de origem for atingida. Foram gerados mapas determinando os melhores caminhos para a dispersão e qual fragmento tem maior probabilidade de recebê-los primeiro. Utilizando-se o mapa de caminho para dispersão dos muriquis foi formulado o mapa de corredores ecológicos, que ligam manchas de matas média e avançada para conexão entre os cinco fragmentos de mata que contém muriquis. Para interligá-los serão necessários 1.432 metros de corredores de mata com uma área total de 7,2 ha. A fragmentação e isolamento dos fragmentos de mata dificultam a migração de muriquis e a dispersão de fêmeas na época reprodutiva, consequentemente acarretando menor crescimento da população. O crescimento populacional da espécie também é limitado pela disponibilidade de áreas adequadas para ocupação e dificuldade de transpor a matriz da paisagem. Saber quais fragmentos tem probabilidade maior de ocupação pelos muriquis e quais podem ser conectados são importantes para formação de metapopulação, dispersão de fêmeas em idade reprodutiva e colonização de novos fragmentos. Assim, modelar a dispersão do muriqui, seu crescimento populacional e de área, é importante uma vez que consiste em uma nova ferramenta para embasar decisões sobre conservação da espécie e restauração de matas.

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