Três espécies crípticas em Sturnira lilium: evidências baseadas no genoma mitocondrial (Chiroptera: Phyllostomidae)

Nome: LORENA LUPPE DINELLI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 21/03/2013
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Albert David Ditchfield Co-orientador
Valéria Fagundes Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Roberta Paresque Examinador Externo
Valéria Fagundes Orientador
Yuri Luiz Reis Leite Examinador Interno

Resumo: Dentre os morcegos filostomídeos, o gênero Sturnira Gray, 1842 é caracterizado como um grupo que contém relações filogenéticas complexas, por apresentar incongruências quando relacionados dados morfológicos e moleculares. São reconhecidas para o gênero 14 espécies, dentre as quais Sturnira lilium está incluída. Esta espécie possui ampla distribuição, desde e México ao Uruguai. Estudos propondo a existência de mais de uma espécie em S. lilium não são novidade devido à ocorrência de plasticidade morfológica no grupo. Esta possibilidade tem sido levantada em trabalhos atuais que utilizam
marcadores moleculares para investigar filogeografia e diversidade genética do grupo. Assim, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a distribuição da diversidade genética em um contexto filogenético e geográfico em S. lilium, e discutir sobre a possibilidade de espécies crípticas. Para tanto, foram utilizadas sequências de três
marcadores mitocondriais, gene citocromo oxidase I, COI (205 sequências), gene citocromo b, Cit b (172 sequências) e região controle do DNA mitocondrial, D-loop (101 sequências), para inferir filogenias e história demográfica do grupo. Também foram calculadas as taxas de divergências e parâmetros populacionais de variabilidade
genética. Todos os resultados obtidos apontam para um padrão de estruturação geográfica na distribuição da diversidade genética, com a formação de três clados principais com altos valores de divergência entre eles (5-8%). O clado I foi o de distribuição mais norte, incluindo amostras do México e norte da América Central. O clado II, de distribuição intermediária, incluiu amostras do Panamá e noroeste da
América do Sul. Dentro deste clado foi observada a formação de dois agrupamentos com sobreposição de distribuição e 2% de divergência entre eles. O clado III teve distribuição mais ao sul, incluindo amostras da Bolívia e do leste do Brasil. Apesar da estruturação dos grupos, as populações dentro de cada grupo mostraram pouca estruturação, evidenciada pelo compartilhamento de haplótipos entre localidades
distantes. Há uma correlação geográfica entre os clados II e III com os biomas Amazônia e Mata Atlântica, respectivamente. Uma hipótese para a evolução desses grupos é a do surgimento do grupo III a partir de um ancestral comum ao norte. Esta hipótese é baseada em dados de demografia populacional que indicam estabilidade populacional no grupo II. Essa estabilidade pode ser associada a uma origem mais
antiga, o grupo III apresenta sinais de expansão recente. Além disso, é levantada a possibilidade de ocorrência de pseudogenes em amostras do Brasil, que são mais relacionadas ao clado II do que ao clado III. A característica de fóssil genético é atribuída a esses peseudogenes, pois eles podem variar pouco em relação à sequência original, corroborando a hipótese de um ancestral norte para o clado III. Os três clados podem ser associados a unidades taxonômicas distintas baseadas no Conceito Genético de Espécie, uma vez que as distâncias genéticas entre os clados são próximas às observadas entre os clados de S. lilium e a espécie congenérica S. tildae.

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