Anatomia, histologia, dimorfismo sexual e ontogenia de Hamipterus tianshanensis Wang et al., 2014 (Pterosauria, Pterodactyloidea): um possível modelo para a biologia de pterossauros derivados

Resumo: Pterosauria constitui um clado de répteis Archosauria totalmente extinto. Seus fósseis já foram recuperados em todos os continentes, sendo observados do Triássico Superior ao Cretáceo Superior, quando se extinguiram, juntamente com diversos grupos, como os dinossauros não-avianos. Os pterossauros foram os primeiros vertebrados a voar de forma ativa, apresentando uma grande gama de adaptações corporais, como ossos pneumáticos, grandes músculos de voo, provável presença de sacos aéreos, dentre outros. Cabe notar, aqui, que o fato de possuírem esqueletos frágeis dificultou sua preservação, e a maioria dos esqueletos conhecidos do grupo são encontrados de forma bastante achatada. Além disso, são raras as espécies que são conhecidas por mais de um espécime. Seu registro fóssil é, assim, tendenciado, e a maioria de seus espécimes são provenientes de depósitos com fossilização excepcional. Mesmo assim, na maioria destes depósitos os fósseis são encontrados achatados ou incompletos. Uma exceção marcante é a Formação Romualdo, do nordeste do Brasil, na qual os fósseis de pterossauros e outros vertebrados são encontrados preservados tridimensionalmente e comparativamente completos. Apesar deste fato, as espécies provenientes desta unidade litoestratigráfica são conhecidas basicamente por seu material-tipo. A população mais representativa de pterossauros pertence à espécie Pterodaustro guinazui, do Cretáceo da Argentina. Contendo desde ovos a adultos, infelizmente os espécimes são encontrados de forma bastante achatada e não há, até o momento, um estudo que possa apontar suas modificações macroscópicas em razão de dimorfismo sexual e ontogenia, ou mesmo qual a variação intraespecífica observada. A recente descrição de Hamipterus tianshanensis vem mudar este cenário. Proveniente de um depósito do Cretáceo Inferior do noroeste da China, esta espécie foi descrita por um grupo de pesquisadores chineses e brasileiros e conhecida por mais de mil elementos esqueléticos, dentre os quais cerca de 40 crânios, além de pelo menos 5 ovos, todos eles preservados tridimensionalmente e de forma excepcional. Hamipterus tianshanensis apresenta diferenças na robustez e tamanho de seu crânio e crista sagital em função de dimorfismo sexual, e diferenças na robustez de seu rostro devido ao desenvolvimento ontogenético. Devido à quantidade e variedade de indivíduos preservados tridimensionalmente de uma mesma população, Hamipterus tianshanensis é a única espécie de pterossauro conhecida que possa permitir análises quantitativas sobre variações em função de sexo, idade e intraespecíficas, além de ter um grande potencial em fornecer dados sobre seu comportamento reprodutivo. Assim, o presente projeto tem por objetivo estudar detalhadamente os exemplares de Hamipterus tianshanensis, quantificar suas modificações anatômicas e histológicas, e, por fim, testar esta espécie como um modelo para outros pterossauros derivados. Para tanto, serão realizadas visitas de longa e de curta duração à China e análises anatômicas, histológicas e de morfometria geométrica em Hamipterus tianshanensis e em pterossauros proximamente relacionados, tais como os Anhangueria da Formação Romualdo do Brasil.

Data de início: 2014-12-01
Prazo (meses): 36

Participantes:

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Coordenador Taissa Rodrigues Marques da Silva
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