Sistemática de Bethylinae (Hymenoptera, Bethylidae)
Nome: MAGNO SUPRANI RAMOS
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 22/02/2017
Orientador:
Nome | Papel |
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Celso Oliveira Azevedo | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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Alexandre Pires Aguiar | Examinador Interno |
Cecília Waichert Monteiro | Examinador Interno |
Celso Oliveira Azevedo | Orientador |
FERNANDA TONINI GOBBI | Examinador Externo |
GEANE OLIVEIRA DE LANES | Suplente Externo |
Marcel Gustavo Hermes | Examinador Externo |
Taissa Rodrigues Marques da Silva | Suplente Interno |
Resumo: Os gêneros de Bethylinae são claramente diferentes um do outro. A maioria das espécies Bethylinae é conhecida apenas pelo sexo feminino. Seus limites taxonômicos podem ser considerados bem estabelecidos, exceto para Goniozus Förster. Sem dúvida é o gênero com o mais alto grau de confusão taxonômica em relação a seus limites. Os caracteres importantes que delimitam Goniozus são compartilhados por vários gêneros de Bethylinae tornando a classificação incerta e dificultando a compreensão da evolução do caráter e da variação entre táxons. Atualmente, esta subfamília compreende aproximadamente 540 espécies descritas classificadas no mundo inteiro em oito gêneros existentes com baixo dimorfismo sexual. A filogenia das linhagens Bethylinae tem recebido atenção por Sorg em 1988, Polaszek & Krombein em 1994, Terayama em 1995 e De Ploëg & Nel em 2004. Em todas as análises realizadas há uma politomia basal entre Eupsenella, Lytopsenella e os demais gêneros de Bethylinae. Aqui objetivamos 1) revisar as espécies fósseis de Bethylinae, fornecendo descrições e ilustrações quando necessário. Além disso, fornecer uma chave nova para as espécies fósseis de Bethylinae; 2) reconhecer, definir e descrever Afrobethylus como um gênero novo para Bethylinae, além de suas espécie novas. Além disso, definir suas características diagnósticas, bem como fornecer uma chave para as espécies da região Afrotropical com base em fêmeas; 3) propor uma hipótese filogenética baseada em dados morfológicos dos gêneros de Bethylinae chamando atenção especial para as relações de Eupsenella e Lytopsenella com os outros gêneros desta subfamília; 4) investigar e discutir os principais caracteres diagnósticos dos gêneros Bethylinae. O material examinado foi fornecido por várias instituições. As descrições, lista de caracteres, matrizes de caracteres para análise cladística e chave, quando necessário, foram elaboradas com o software DELTA. As buscas para as árvores mais parcimoniosas foram realizadas com o software TNT. Aqui, com base nos nossos resultados, consideramos que o gênero fóssil Protobethylus De Ploëg & Nel, 2004 é um sinônimo júnior de Eupsenella Westwood, 1874. Além disso, com base em nosso resgate e compilação de toda a informação existente em Bethylinae a família fóssil Fushunochrysidae proposta por Hong em 2002 foi sinonimizada com Bethylidae Haliday, 1839. O único gênero desta família é Fushunochrysites Hong, 2002 e sua única espécie F. eocenicus Hong, 2002 foi estabelecida como sua espécie tipo. Aqui, propomos que a melhor alocação deste gênero monotípico em Bethylidae é em Bethylinae. Fushunochrysites exibe em sua asa anterior vários caracteres que também estão presentes em todos os membros de Eupsenella. Além disso, Sinibethylus Hong, 2002 da mina de carvão chinesa Xilutian é aqui também sinonimizada com Eupsenella. Finalmente, a última sinonímia do gênero proposta aqui está relacionada à Messoria que foi descrita originalmente por Meunier em 1916. Aqui propomos Messoria como sinônimo júnior de Goniozus e transferir sua única espécie Messoria copalina Meunier, 1916 para Goniozus. Além disso, com base em uma incomum combinação de caracteres descrevemos Afrobethylus como um novo gênero Bethylinae. Este gênero de Bethylinae é o único exclusivamente Afrotropical. No contexto filogenético, as matrizes resultantes contêm um total de 61 espécies terminais de Bethylinae como grupo interno, com um total de 43 caracteres codificados para machos e um total de 87 espécies, 44 caracteres codificados para fêmeas. As análises de reamostragem baseadas em machos e fêmeas retornaram suporte para uma relação de grupo irmão entre todos os gêneros de Bethylinae existentes. Todos os gêneros foram recuperados como linhagens em ambas as análises, exceto Goniozus que foi recuperado como parafilético em todas as análises realizadas. Nosso mais notável resultado obtido foi à resolução da politomia basal existente em Bethylinae entre Lytopsenella e Eupsenella com os outros gêneros Bethylinae existentes. Em todas as análises realizadas, esses gêneros foram recuperados pela primeira vez como um grupo irmão entre si e separados dos demais gêneros em todas as análises realizadas. Com base em nossos resultados, discutimos os principais caracteres diagnósticos dos gêneros Bethylinae, presentes principalmente na antena, na asa anterior e, finalmente, pela primeira vez nas genitálias dos machos e das fêmeas. Em especial, sobre as asas anteriores em Bethylinae, sugerimos abordagens viáveis para à morfologia funcional da venação nos clados de Bethylinae. O presente estudo é o tratamento cladístico mais abrangente dedicado à compreensão da evolução dos gêneros de Bethylinae e o primeiro a considerar uma amostragem global das espécies desta subfamília. Concluímos que os caracteres morfológicos inexplorados, principalmente, das genitálias dos machos e das fêmeas podem oferecer dados adicionais relevantes para estimar de forma mais robusta a história filogenética deste grupo. Aqui, promovemos um primeiro passo para direcionar e encorajar futuras pesquisas em Bethylinae usando o arranjo de veias, linhas de flexão e caracteres da genitália dos machos e das fêmeas para a reconstrução filogenética.