Desempenho de Índices Bioticos de Qualidade Ambiental em Estuários com Distintas Condições de Urbanização

Nome: Heliatrice Louise Hadlich
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 14/12/2020
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Angelo Fraga Bernardino Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Angelo Fraga Bernardino Orientador
Jean-Christophe Joyeux Examinador Interno
Levy de Carvalho Gomes Examinador Externo
Renato Rodrigues Neto Examinador Interno
Sergio Antonio Netto Examinador Externo

Resumo: Os estuários na América do Sul geralmente recebem efluentes não tratados de
áreas metropolitanas próximas, demandando soluções de gerenciamento baseadas em ecossistemas para acessar os impactos dos diversos tipos de poluentes. Apesar da disseminação e do uso crescente de índices bênticos para a avaliação da qualidade de ambientes estuarinos alguns problemas relacionados à ambiguidade ainda necessitam de investigações detalhadas. Os índices bênticos podem responder tanto a distúrbios antropogênicos quanto aos naturais, podendo variar em distintas escalas espaciais e temporais, em virtude de diferentes processos interativos. Marcadores químicos como os esteróis são usados em paralelo aos índices biológicos para determinar a correspondência entre a contaminação do esgoto e os impactos ecológicos. A aplicação de índices que respondam ao enriquecimento orgânico ainda necessita de testes que detectem adequadamente os padrões de variabilidade com um delineamento amostral robusto. O presente trabalho teve como objetivo principal avaliar a qualidade ambiental de dois estuários situados na Ecorregião Marinha do Leste do Brasil, com distintas características de uso e conservação, baseada na determinação de múltiplos indicadores orgânicos (biopolímeros e esteróis) e inorgânicos (metais traço) de contaminação e da aplicação de índices bióticos. Para tanto, foram utilizadas as seguintes abordagens nos próximos dois capítulos: (i) uma aplicação multivariada foi usada para caracterizar o estado trófico de dois estuários (Baía de Vitória e Estuário dos rios Piraquê-Açú e Piraquê-Mirim) com distintas condições de urbanização, através dos indicadores químicos de contaminação; (ii) teste das respostas dos índices AMBI, MAMBI, BENTIX e BO2A, usando um delineamento amostral hierárquico em dois
estuários com distintos níveis de urbanização, com correlações aos proxies químicos de contaminação e análises de similaridade das respostas. No primeiro capítulo, os múltiplos biomarcadores orgânicos de qualidade sedimentar sugeriram que a Baía de Vitória, é predominantemente eutrófica ou hipertrófica dada uma alta entrada de esgoto não tratado no estuário, enquanto o estuário do rio Piraquê-Açu pode ser considerado um estuário prístino com indicação de contaminação baixa a moderada pela entrada de esgoto e a presença de sedimentos eutróficos a hipertróficos, não relacionados à contaminação fecal. Os resultados do segundo capítulo indicaram boa aplicabilidade dos índices bênticos. AMBI, M-AMBI, BENTIX e BO2A variaram significativamente na maior escala espacial ou na escala em que a poluição atua e foram principalmente correlacionados ao proxies químicos de contaminação, concordando com esses marcadores. No entanto, foram encontradas algumas ambigüidades ou inconsistências entre suas respostas, sugerindo que os índices AMBI e BO2A devem ser aplicados com cautela nas práticas de manejo, pois tendem a superestimar a qualidade ecológica das estações impactadas.

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