Preenchendo lacunas: um olhar para os pequenos mamíferos amazônicos

Nome: ROGER RODRIGUES GUIMARÃES
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 29/07/2021
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Leonora Pires Costa Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Alexandra Maria Ramos Bezerra Suplente Externo
Ana Paula Carmignotto Examinador Externo
Cecília Waichert Monteiro Suplente Interno
Diego Astúa de Moraes Examinador Externo
JERONYMO DALAPICOLLA Examinador Externo
Leonora Pires Costa Orientador
Roberta Paresque Examinador Interno

Resumo: Embora a Amazônia seja uma das áreas mais biodiversas do mundo, informações sobre sua riqueza ainda são incipientes,incluindo informação sobre a distribuição de espécies, relações filogenéticas e biogeográficas. Entre os mamíferos, as relações filogenéticas e padrões biogeográficos dos pequenos mamíferos são especialmente pouco conhecidas, incluindo mesmo dados básicos como o conhecimento e registro sobre o número e distribuição de espécies desse grupo na Amazônia. Esta tese pretende contribuir para o conhecimento básico sobre a fauna de pequenos mamíferos da Amazônia e no estreitamento dessas lacunas, frequentemente citadas como Déficits Linneano e Wallaceano. Para a correta identificação dos espécimes foram utilizadas ferramentas clássicas de morfometria e morfologia, bem como ferramentas moleculares. O primeiro capítulo analisa a diversidade genética da cuíca delgada do gênero Marmosops, mais especificamente do complexo M. pinheroi, que inclui uma espécie recentemente descrita - Marmosops marina - com base apenas por sua morfologia. O objetivo deste trabalho foi testar se o arranjo taxonômico proposto para o complexo pinheiroi se mantinha com a adição de dados moleculares e uso de análises de delimitação de espécies e, ainda, propor um modelo para a diversificação dessa nova espécie na região do rio Tapajós. Concluímos que a diversidade do complexo de espécies ao qual M. marina pertence poderá estar a ser subestimado com base na sua morfologia, sendo que o cenário com três espécies foi o mais parcimonioso com base em dados moleculares, embora um cenário com quatro e cinco espécies não possa ser descartado. Ainda, determinamos na época do Plioceno a diversificação da linhagem que deu origem à nova espécie e identificamos o rio Tapajós como uma barreira provável e eficaz para o fluxo gênico das populações analisadas e, consequentemente, na distribuição de grupos. No segundo capítulo analisamos a morfologia de M. marina, tentando elucidar como ela varia na região específica do Tapajós. Não obtivemos sucesso em distinguir morfologicamente os haplogrupos das margens esquerda e direita deste rio, linhagens identificadas no primeiro capítulo, assim mantendo a coesão desta espécie. Embora alguns caracteres analisados tenham se mostrado variáveis dentre aqueles que constam na discrição original de M. marina. O terceiro capítulo trata de um levantamento da mastofauna e de sua riqueza em uma área próxima ao deságue do rio Madeira e da região metropolitana de Manaus. Percebemos que a riqueza observada no trabalho se mostrou subestimada e registramos três possíveis novos táxons, além de dois aumentos de distribuição conhecida para duas espécies. No quarto capítulo analisamos espécimes de um pequeno marsupial provenientes de coletas anteriores à inundação da área da represa da usina de Belo Monte no rio Xingú, com fins de identificação dos mesmos. Identificamos o espécime como Marmosa lepida, um raro marsupial de difícil captura. Mais esforços, que incluam inventários básicos de fauna e estudos de sistemática, são ainda necessários para se atinja um nível razoável de compreensão da diversidade e dos processos responsáveis pela origem e distribuição de vários dos mais distintos grupos que o bioma amazônico abriga.

Palavras-chave: Rio Tapajós; Rio Madeira; Rio Amazonas; Rio Xingú; Didelphidae; Fileografia; Echimyidae; Sigmodontinae; Delimitação de espécies

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