Avaliação temporal de uma comunidade bioincrustante atuando como armadilha para microplásticos
Nome: DANIEL GOSSER MOTTA
Data de publicação: 11/12/2023
Banca:
Nome |
Papel |
|---|---|
| GILBERTO FILLMANN | Examinador Externo |
| JEAN CHRISTOPHE JOYEUX | Examinador Interno |
| MERCIA BARCELLOS DA COSTA | Presidente |
Resumo: A sucessão ecológica é um processo natural e gradual de mudanças na estrutura e composição de uma comunidade, na qual a forma de colonização do substrato e suas respectivas interações biológicas, serão fatores importantes na criação ou modificação de um ecossistema. A bioincrustação ou biofouling é o processo de fixação de micro e macro organismos em substratos consolidados
imersos. Os engenheiros de ecossistemas influenciam direta ou indiretamente na disponibilidade de recursos, criando e modificando habitats e nichos. As comunidades bentônicas constituem um dos elementos mais importantes para avaliação da qualidade ambiental e são particularmente sensíveis a diversos tipos de poluentes, incluindo os plásticos. Estes materiais podem ter tamanhos diferenciados e quando alcançam 5mm até poucos micrômetros, são denominados microplásticos (MPs). Devido a sua localização geográfica, entre os rios e os mares, além da proximidade com áreas urbanas, os estuários são regiões altamente impactadas pelo lançamento de efluentes domésticos e industriais, sendo ambientes propícios para o acúmulo de MPs. Salvo melhor
conhecimento, a relação entre organismos incrustantes e a presença de microplásticos ainda não foi estudada, sendo assim, o presente estudo pretende contribuir para o melhor entendimento da relação entre a comunidade incrustante e os microplásticos presentes na coluna d’água em uma análise temporal utilizando membranas de silicone como substrato. Para tanto, foram
avaliadas 6 membranas que estavam submersas em um ponto no estuário da Baía de Vitória, de 15 em 15 dias, até completarem 90 dias. Os organismos e MPs associados as membranas foram dispostas em placas de Petri, onde foram visualizados em lupa, fotografados e classificados. Os resultados evidenciam que a comunidade atua como armadilha de MPs, indicam uma correlação
positiva entre o tempo de exposição das membranas e a quantidade dos MPs, além de uma mudança na composição da comunidade ao longo dos períodos amostrais.
