Relação de parentesco de uma população isolada de toninha
(Pontoporia blainvillei, Gervais & D’orbigny, 1844) no Brasil, Sudoeste do Oceano
Atlântico

Nome: VANESSA KUBOYAMA MARQUES DE OLIVEIRA

Data de publicação: 27/11/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANA PAULA CAZERTA FARRO DA ROSA Presidente
FEDERICO SUCUNZA PEREZ Examinador Externo
MARTA JUSSARA CREMER Examinador Externo

Resumo: A alta mobilidade dos cetáceos pode tornar difícil a determinação da área de vida
de uma ou mais populações de uma espécie. A espécie Pontoporia blainvillei,
conhecida como toninha ou franciscana, é endêmica do sudoeste do Oceano
Atlântico, ocorrendo desde Itaúnas, no Espírito Santo, Brasil, até a província de
Chubut, na Argentina. A parte norte de sua distribuição não é contínua. Estudos
genéticos demonstraram que a população do Espírito Santo é isolada
geograficamente e geneticamente diferente das demais reconhecidas ao longo da
distribuição. Estudos envolvendo a relação de parentesco podem nos fornecer
dados sobre o grau de relacionamentos, sistema de acasalamento e endogamia de
populações. Assim, esse estudo teve como objetivo avaliar a estrutura social das
toninhas, bem como sua diversidade genética na costa do Espírito Santo, Brasil.
Para tal, foi amplificado o DNA mitocondrial (região D-loop) de 95 indivíduos
encontrados encalhados nas praias dos anos 2005 a 2023. Os fragmentos
amplificados (342bp) de 80 indivíduos nos mostraram três haplótipos. Foi
encontrada uma única população com baixa diversidade, sendo a diversidade
haplotípica de 0,026 e nucleotídica 0,025. O DNA nuclear de 82 indivíduos
apresentou a menor diversidade quando comparado com toninhas de outras áreas
de ocorrência, sendo a heterozigosidade esperada 0,605 e observada 0,473 e
também não rejeitou a hipótese de se tratar de apenas uma população, com baixo
tamanho populacional efetivo (Ne = 60,2). Dos 81 indivíduos genotipados para as
relações de parentesco 80 apresentaram algum tipo de relacionamento, seja de
primeiro ou segundo grau. Foi detectado cruzamento endogâmico e um maior
número de relacionamentos de primeiro grau na população. Essa espécie é
considerada criticamente ameaçada e vem sofrendo alto impacto por capturas
acidentais e degradação de habitat. Considerando fatores como pequeno tamanho
populacional, baixa diversidade genética, ausência de fluxo gênico e presença de
endogamia, fatores considerados vórtex de extinção, é reforçada aqui a
necessidade de diferentes ações de conservação focadas na redução das capturas
acidentais dessa espécie na região do Espírito Santo e melhoria da qualidade do
ambiente onde essa espécie vive.

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