Dinâmica espaço-temporal da febre amarela silvestre na Mata Atlântica

Nome: AMANDA FRANCISCHETTO COLODETTI

Data de publicação: 15/01/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANA CAROLINA LOSS RODRIGUES Examinador Interno
CIBELE BONVICINO Examinador Externo
MARCO ANTONIO BARRETO DE AMEIDA Examinador Externo
YURI LUIZ REIS LEITE Examinador Interno

Resumo: A emergência da febre amarela no Sudeste do Brasil no final de 2016 deu início ao maior
surto epidemiológico das últimas décadas. Apesar de já ter ocorrido no Espírito Santo, há
mais de meio século o estado não registrava casos. A febre amarela é uma virose que
tem como hospedeiro os primatas e é transmitida por mosquitos. Tanto humanos quanto
primatas não humanos (PNH) são acometidos, em diferentes ciclos de transmissão. No
Brasil considera-se que somente o ciclo silvestre ocorra atualmente, envolvendo os
mosquitos silvestre dos gêneros Haemagogus e Sabethes e os PNH dos gêneros
Alouatta, Aotus, Ateles, Callicebus, Callithrix, Saimiri e Sapajus. Nesse ciclo o homem é
contaminado acidentalmente ao entrar na floresta. Neste trabalho analisamos a dinâmica
das epizootias de PNH durante o surto de 2016-2018 na Mata Atlântica, numa região
antes considerada livre da doença. No Capítulo I buscamos compreender o padrão da
dispersão espaço-temporal e a participação das espécies de PNH no surto, verificando a
relação delas com a persistência do surto, a ocorrência de epizootias em área rural e
urbana e a proximidade com as áreas edificadas. A dispersão inicial foi silenciosa e as
epizootias foram detectadas quando já estavam distribuídas por grande parte do estado e
tinham alcançado, inclusive, a região metropolitana na faixa litoral. Apesar do ciclo de
transmissão ser considerado silvestre, as epizootias em área urbana representaram 36%
do total e foram as principais responsáveis pela persistência do surto. Alouatta guariba foi
a espécie mais afetada e suas epizootias ocorreram, principalmente, no Ciclo 1 e na área
rural, padrão também identificado para Callicebus personatus e Sapajus nigritus. O
gênero Callithrix, entretanto, teve um terço das epizootias no Ciclo 2 e foi o principal
responsável pela persistência do surto, e isso em áreas urbanas, muito próximas de
edificações. No Capítulo II analisamos a influência da estrutura da paisagem na
ocorrência das epizootias. Através de Modelos Aditivos Generalizados (GAM) verificamos
a associação entre a presença de epizootias e métricas da paisagem. A dependência
espacial entre as epizootias foi mais importante para os modelos do que as características
da paisagem. Porém, mesmo com o uso de cinco escalas espaciais, os modelos obtidos
não conseguiram explicar a variação dos dados, demonstrando que o padrão espacial da
mata nativa não foi suficiente para explicar a distribuição das epizootias pela paisagem e
a ocorrência delas não foi associada com paisagens fragmentadas.

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