Conservadorismo Cariotípico e Variabilidade Cromossômica Críptica em Didelphidae: Novos Insights a Partir de Análises Citogenéticas

Nome: ERICA ELIAS FRANCO TESCH

Data de publicação: 26/11/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
EDUARDO SCHMIDT ELER Examinador Externo
MARIA DO CARMO PIMENTEL BATITUCCI Examinador Interno
VALERIA FAGUNDES Presidente

Resumo: Marsupiais da família Didelphidae apresentam uma variação cariotípica limitada, com números diplóides restritos a 2n = 14, 18 ou 22. Apesar dessa característica, a classificação dos cromossomos dentro do grupo é interpretada de formas diversas, resultando em contagens variadas do Número Fundamental (NF). Além disso, há um debate contínuo sobre o cariótipo
ancestral dos marsupiais, especificamente se este possuía 14 ou 22 cromossomos. Este estudo tem como objetivo revisar a citogenética dos Didelphidae e investigar se o conservadorismo cromossômico observado é real ou se existem variações mascaradas em seus cariótipos. Foram analisados cariótipos inéditos de 230 indivíduos, pertencentes a 25 espécies, coletados em 10 estados brasileiros. A revisão bibliográfica incluiu 59 trabalhos, e medidas cromossômicas foram realizadas em 20 indivíduos de Marmosa murina, com o intuito de comparar estatisticamente o tamanho dos cromossomos e seus braços entre populações de diferentes regiões, visando identificar possíveis variações. A análise cariotípica focou na morfologia e no
número de braços cromossômicos, visando investigar variações e avaliar discrepâncias de classificação entre pesquisadores. Entre os principais resultados, destacam-se as primeiras descrições dos cariótipos de Cryptonanus chacoensis (2n = 14, NF = 24) e Marmosops ocellatus (2n = 14, NF = 24), além da observação de variações no cromossomo X em algumas espécies.
As análises estatísticas das medidas cromossômicas de Marmosa murina compararam populações do Espírito Santo e da Bahia. Embora diferenças estatisticamente significativas não tenham sido detectadas, a variação nas proporções dos braços curtos e longos de certos cromossomos sugere a necessidade de análises adicionais, como o uso de técnicas de bandeamento e o aumento da amostra. A revisão da literatura revelou que o conservadorismo cariotípico nos Didelphidae pode ocultar rearranjos cromossômicos sutis, como inversões pericentroméricas. O estudo destaca a importância da padronização das metodologias
citogenéticas, a fim de minimizar discrepâncias nos estudos e sugere que rearranjos cromossômicos, especialmente no cromossomo X, podem ser mais frequentes do que previamente reconhecido. Todavia, de modo geral, os resultados indicam um alto grau de conservação nos cariótipos dos Didelphidae. Com base na análise das evidências disponíveis, que incluem técnicas de bandeamento, FISH e pintura cromossômica, conclui-se que o ancestral dos marsupiais provavelmente possuía 14 cromossomos.

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