MORFOLOGIA E EVOLUÇÃO ALAR EM CHALCIDIDAE (HYMENOPTERA): BUSCA DE PADRÕES E IMPORTÂNCIA PARA A TAXONOMIA
Nome: FILIPE ANTONIO DA SILVA
Data de publicação: 04/11/2024
Banca:
Nome | Papel |
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DANIELL RODRIGO RODRIGUES FERNANDES | Examinador Externo |
FREDERICO FALCÃO SALLES | Examinador Interno |
MARCELO TEIXEIRA TAVARES | Presidente |
Resumo: Em várias linhagens de himenópteros, especialmente em vespas parasitoides, houve a redução das veias tubulares, principalmente as veias transversais, associada à redução do tamanho corporal. Assim, somente a veias tubulares restantes têm sido utilizadas como caracteres taxonômicos e filogenéticos, e as veias vestigiais e espectrais têm sido quase que totalmente desconsideradas. Na busca por fontes adicionais de caracteres, recentemente, os padrões de interferência de asa (WIPs) emergiram como um aspecto importante no estudo das asas. Esses padrões resultam da refração e reflexão da luz com a membrana alar, criando cores estáveis que são importantes para a comunicação visual entre espécies. Os WIPs têm se mostrado úteis para a diferenciação de espécies e na investigação do dimorfismo sexual de dípteros e microhimenópteros. Com o objetivo de buscar novas fontes de características diagnósticas para os diferentes níveis taxonômicos de Chalcididae, apresentamos aqui os resultados obtidos de estudos da venação da asa anterior (incluindo as veias espectrais e vestigiais) e de WIP. Para a descrição da venação, as asas anteriores direitas foram removidas e desidratadas em álcool, enquanto a análise dos WIPs foi realizada com as asas montadas entre lâmina e lamínula sob fundo preto, com luz incidente. Os resultados mostraram que a venação alar anterior em Chalcididae é tão reduzida quanto em outros Chalcidoidea e apresentam caracteres diagnósticos diferenciais para diferentes níveis taxonômicos. As variações nas veias tubulares incluem a veia pós-marginal, que apresenta variações diferentes entre subfamílias. Além disso, as variações nas veias espectrais, como M e Rs, são notáveis. Chalcidinae e Phasgonophorinae possuem um percurso simples da veia M, enquanto outros grupos têm a veia M se dividindo em MA e MP. A análise das veias Rs também mostra desaparecimentos dos trechos em alguns grupos, auxiliando na diagnose de gêneros e subfamílias. Todas as espécies analisadas apresentam WIPs com bandas sucessivas no terço distal das asas. Os padrões de cor e disposição das bandas são específicos para cada espécie, mas uniformes entre indivíduos da mesma espécie. A similaridade nas bandas em espécies próximas, com diferenciação nas bandas terminais, pode facilitar a identificação. Este estudo, o primeiro a explorar os WIPs em Chalcididae, destaca a importância dessas características como ferramenta taxonômica. A análise conjunta da venação e dos WIPs oferece uma abordagem integrativa para reconhecer padrões alares, tendo grande valor para a taxonomia, especialmente em contextos neotropicais, onde a biodiversidade é alta e as chaves taxonômicas são limitadas.