A multiproxy approach to unravel the diet of Pleistocene fossil mammals from the Brazilian Intertropical Region
Nome: RODRIGO VENTURA GERMANO
Data de publicação: 07/10/2025
Banca:
| Nome |
Papel |
|---|---|
| ANA CAROLINA LOSS RODRIGUES | Examinador Interno |
| LEONARDO RODRIGO KERBER TUMELEIRO | Examinador Externo |
| MARIELA CORDEIRO DE CASTRO | Examinador Externo |
| TAISSA RODRIGUES MARQUES DA SILVA | Presidente |
| YURI LUIZ REIS LEITE | Examinador Interno |
Resumo: Este estudo sintetiza entendimentos paleoecológicos e da alimentação de
mamíferos quaternários brasileiros, com base, principalmente, na extensa coleção de
fósseis de Peter Lund da região do carste de Lagoa Santa, Minas Gerais, e
percepções adicionais sobre os primatas fósseis do Quaternário do Brasil, utilizando
bugios atuais para comparações. Utilizando análise da textura do microdesgaste
dentário (DMTA) e análises de isótopos estáveis de carbono (
13C) e oxigênio (
18O),
eu reconstruí os nichos alimentares e inferi os paleoambientes de diversos
representantes de várias ordens de mamíferos, incluindo Didelphimorphia, Rodentia,
Chiroptera, Perissodactyla, Artiodactyla e Primatas. A DMTA revelou um amplo
espectro de estratégias alimentares, desde ramoneadores em Artiodactyla e
Perissodactyla, até dietas altamente variadas e especializadas em Chiroptera e
Didelphimorphia, e uma estratégia mais restrita entre Rodentia. Primatas,
especificamente indivíduos subfósseis pertencentes a Alouatta e Caipora
bambuiorum, exibiram padrões de microdesgaste consistentes com uma dieta mais
frugívora ou de alimentação mista, semelhante aos Alouatta guariba atuais, que
mostram uma estratégia de alimentação mista mais generalizada quando comparada
com os dados de DMTA conhecidos de Alouatta palliata. Já dados isotópicos
elucidaram ainda mais as preferências de habitat e a flexibilidade alimentar de alguns
mega-, meso- e microherbívoros. Por exemplo, indivíduos de Tapirus cristatellus e
Tayassu pecari mostraram fortes preferências por plantas C3, sugerindo que viviam
em áreas florestais úmidas, enquanto um indivíduo de Myocastor coypus indicou
condições mais secas e possível consumo de plantas C4. Indivíduos de Coendou
magnus e Lutreolina crassicaudata demonstraram flexibilidade alimentar significativa
e habitaram ambientes de transição. A datação por radiocarbono de alguns
espécimes os situou no Pleistoceno Superior e no Holoceno, destacando uma
paisagem complexa e heterogênea que suportava diversos nichos ecológicos. Essas
múltiplas abordagens aprimoram nossa compreensão da Região Intertropical
Brasileira e de outros ecossistemas sul-americanos do passado, bem como das
capacidades adaptativas de sua fauna de mamíferos em resposta às mudanças
ambientais.
