Comportamento de um Grupo de Muriqui no Espírito Santo
Nome: BÁRBARA DE ALMEIDA SILVA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 18/02/2008
Orientador:
Nome | Papel |
---|---|
Karen Barbara Strier | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
---|---|
Karen Barbara Strier | Orientador |
Sérgio Lucena Mendes | Coorientador |
Stephen Francis Ferrari | Examinador Externo |
Valéria Fagundes | Examinador Interno |
Resumo: Estudos têm demonstrado os efeitos do tamanho, qualidade do habitat e da demografia sobre o comportamento dos primatas, o que contribui para a variedade comportamental dentro e dentre as espécies. Assim, devemos levar em consideração o tamanho e a composição dos grupos de uma espécie de primata e o ambiente no qual ele está inserido ao comparar dados de diferentes áreas. Nos últimos 25 anos, estudos com o muriqui-do-norte (Brachyteles hypoxanthus) vêm sendo desenvolvidos na Reserva Particular do Patrimônio Natural Feliciano Miguel Abdala. Contudo, não se sabe se o comportamento do muriqui-do-norte seria o mesmo em condições demográficas e ambientais distintas, sendo necessário o estudo de outras populações, como por exemplo, a população de muriqui-do-norte em Santa Maria de Jetibá (SMJ). A população de muriquis em SMJ é pequena (13-15 indivíduos), e vive em um fragmento isolado de 128 ha de vegetação secundária. O objetivo deste trabalho é caracterizar o comportamento do muriqui-do-norte em SMJ e assim, incrementar as informações comparativas para a espécie, identificar se o padrão comportamental do grupo difere daquele apresentado por outras populações de muriqui e avaliar as possíveis causas para as diferenças encontradas. Os métodos utilizados para a observação do comportamento foram o animal focal e o ad libitum. Um total de 184,8 horas foi observado durante o animal focal. Os resultados evidenciam que o tamanho e a composição do grupo afetam o comportamento dos muriquis-do-norte, especificamente as interações afiliativas, manifestadas em abraços, entre os machos adultos, mas não afetam a relação espacial entre os mesmos. Os resultados também mostram que a qualidade do habitat é provavelmente uma das principais causas das diferenças apresentadas no padrão de deslocamento e no padrão de interações agonísticas do grupo de estudo em relação a outras populações conhecidas.