Associação Entre Variáveis Geográficas e Climáticas e a Ocorrência de Lutzomyia Longipalpis (lutz & Neiva, 1912) (diptera, Psychodidae, Phlebotominae) no Estado do Espírito Santo, Brasil

Nome: ISRAEL DE SOUZA PINTO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 13/02/2009
Orientador:

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Aloísio Falqueto Orientador

Banca:

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Aloísio Falqueto Orientador

Resumo: Lutzomyia longipalpis (Lutz & Neiva, 1912) (Diptera, Psychodidae, Phlebotominae) é o principal vetor da leishmaniose visceral americana (LVA) no Brasil. No estado do Espírito Santo a LVA parece estar associada a regiões de clima seco e de altitudes inferiores a 500 metros em relação ao nível do mar. Para delimitar a distribuição potencial de L. longipalpis e a influência das variáveis geográficas e climáticas na sua distribuição potencial no Espírito Santo (ES) foram realizadas coletas de flebotomíneos em localidades em que ocorreram casos de LVA e em áreas adjacentes na região norte do estado. Ao todo, foram pesquisadas 133 localidades pertencentes a 15 municípios, sendo que L. longipalpis foi encontrado em 84 dessas. Para delimitar a distribuição potencial foi utilizada a modelagem de nicho ecológico usando o programa DesktopGarp e 73 pontos de ocorrência de L. longipalpis considerados espacialmente únicos e distintos desse vetor no estado, os quais foram inseridos no programa. Além dos 15 municípios com registros de L. longipalpis foi prevista pela modelagem a distribuição para outros 17 que não apresentam registros. A modelagem também evidenciou a associação de L. longipalpis com características geoclimáticas propícias à sua ocorrência como: clima seco representado pela pluviosidade menor que 1000 milímetros anuais e altitudes inferiores a 500 metros em relação ao nível do mar. A ocorrência de casos humanos autóctones de LVA em duas localidades dos municípios de Vargem Alta e Rio Novo do Sul localizados na porção sul do ES sem as características geográficas e climáticas propícias à ocorrência de L. longipalpis justificaram estudo sistematizado de coleta de flebotomíneos nessas localidades. No período de agosto de 2006 a julho de 2007 foram realizadas coletas sistematizadas mensais nesses dois municípios. L. longipalpis, principal vetor da LVA no Brasil, não foi encontrado em qualquer das localidades. Assim, foi possível dissociar a ocorrência de LVA da presença de L. longipalpis na porção sul do estado do ES. Além disso, devido ao pequeno número de flebotomíneos capturados em Rio Novo do Sul foi sugerida a existência de um mecanismo de transmissão da LVA não associado aos flebotomíneos nessa localidade. Concluindo, a presença de L. longipalpis no estado do Espírito Santo está associada a características geoclimáticas bem definidas e a ocorrência de LVA em áreas sem essas características provavelmente está vinculada a outro mecanismo de transmissão.

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