Padrões de variação genética e morfológica em Monodelphis de listras (Marsupialia: Didelphidae)

Nome: RAFAELA DUDA PAES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 24/02/2012
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Leonora Pires Costa Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Cibele Rodrigues Bonvicino Examinador Externo
Leonora Pires Costa Orientador
Yuri Luiz Reis Leite Examinador Interno

Resumo: Atualmente são reconhecidas 5 espécies de catitas de listras, Monodelphis americana, M. iheringi, M. umbristriata, M. scalops e M. theresa. Como o nome vulgar indica, listras dorsais são marcantes no agrupamento, sendo que a descrição das espécies baseou-se na presença e conspicuidade das mesmas, além do tamanho corporal. No entanto, há controvérsias quanto à identificação e validade de táxons, devidas ao número pequeno de exemplares conhecidos para algumas espécies e observações acerca da variação na pelagem principalmente quanto às faixas. Enquanto estudos morfológicos até o momento não apresentaram resultados conclusivos em relação a estas questões, estudos genéticos comparativos, que contemplem amostragem abrangente em termos taxonômicos e em relação à área de ocorrência dos táxons, são pouco numerosos. Assim, este trabalho investigou se variações morfológicas e genéticas intra e interespecíficas previamente identificadas em populações simpátricas de M. americana e M. iheringi são recorrentes em outros locais, se há padrões 0 variação de pelagem no grupo de listras e função adaptativa das mesmas, e quais implicações sistemáticas desta variação. Foi analisada morfologia qualitativa de séries de exemplares de todas as idades e sexos, encobrindo a distribuição geográfica pelo Brasil, além de análises filogenéticas com sequências de citocromo b. Para M. americana, foram recuperados 5 subclados, que são acompanhados por morfotipos diagnosticáveis seguindo gradação latitudinal de distribuição, que se dá por todo país. Dentre estes, 4 subgrupos têm distribuição limitada por cursos de rios e, ainda, identifica-se variação morfológica ligada ao sexo e idade em 2 subgrupos, onde há sobreposição com outro táxon de listra na região Sudeste. Dados morfológicos e genéticos incluíram M. umbristriata em 1 destes clados, atestando sinonímia com M. americana. Entre M. scalops
e M. theresa, a avaliação de todas as fases etárias, descrições originais e dados moleculares, confirmaram sinonímia e disposição limitada ao Sudeste. Em M. iheringi, ambos os sexos mostram-se listrados por toda vida ao longo da distribuição, restrita ao Sul e Sudeste. Ainda, o grupo de listras não é monofilético, pois M. scalops não é filogeneticamente mais próxima às espécies-irmãs, M. americana e M. iheringi. Assim, conspicuidade de listras e rarefação das mesmas são homoplasias, ocasionando convergência morfológica entre jovens das 3 espécies e diferenciação de pelagem nos machos de M. americana e M. scalops na maturação sexual. Provavelmente, listras nítidas nos juvenis auxiliam na evasão de predadores, enquanto seleção sexual direciona perda das mesmas em simpatria visando reconhecimento de pares em relação ao outro táxon.

Acesso ao documento

Acesso à informação
Transparência Pública

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Fernando Ferrari, 514 - Goiabeiras, Vitória - ES | CEP 29075-910