Filogeografia Intraespecífica de Lonchorhina aurita (Chiroptera, Phyllostomidae)

Nome: MARIANA SILVA AZEVEDO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 22/02/2013
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Albert David Ditchfield Co-orientador
Valéria Fagundes Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Leonora Pires Costa Examinador Interno
Maria José de Jesus Silva Examinador Externo
Valéria Fagundes Orientador

Resumo: Lonchorhina aurita é uma espécie da família Phyllostomidae (Chiroptera) com ampla distribuição geográfica, ocorrendo desde o sul do México até o leste do Brasil. Estudos preliminares demonstraram evidências para uma estruturação de suas populações em sul e norte da Mata Atlântica (MA) baseada em um pequeno número amostral de poucas localidades distintas, além de uma controversa história taxonômica. Assim, o presente estudo buscou identificar o padrão filogeográfico e populacional de L. aurita utilizando uma amostra mais significativa em uma escala geográfica maior através de análises de sequências de DNA de dois marcadores moleculares mitocondriais (citocromo b, citb e região hipervariável I da região controle do DNA mitocondrial, HVI) e um nuclear (Recombination Activator Protein 2, RAG2). Para isso foram inferidas as relações filogenéticas das sequências de DNA obtidas
e estimados índices para inferir a história demográfica do grupo e calculados valores de polimorfismo dentro das populações. Foram encontrados 19 haplótipos para o gene citb e 12 haplótipos para a região HVI. Para o gene nuclear RAG2 foram obtidos apenas dois haplótipos pouco variáveis e consequentemente nenhuma análise foi realizada para esse marcador. Observou-se a formação de seis
clados estruturados geograficamente através da análise concatenada dos marcadores moleculares, sendo o clado I formado por indivíduos do norte da MA e por um indivíduo da Amazônia do Pará, clado II amostras do sul da MA, clado III formado por indivíduos do Amapá, clado IV formado por indivíduos do Suriname, o clado V formado por indivíduos do Equador e Peru e o clado VI formado por indivíduos de Honduras e do México. A distância genética intraespecífica foi relativamente
pequena (2,2%), assim como os valores de distância genética dentro dos clados (0 a 0,91%), enquanto que as distâncias entre os clados mostrou valores entre 1,8 a 3,4%. Baseados na grande semelhança
genética encontrada entre as amostra de L. aurita e L. inusitata (2,3% de distância genética), os resultados levantaram um questionamento sobre a validade das espécies do gênero Lonchorhina. Ainda, a rede de haplótipos mostrou forte estruturação geográfica, sendo esta maior para o gene citb do que para a região HVI. Os índices de história demográfica apontaram para uma expansão populacional recente de algumas populações, além de tempo de divergência bem antigos (pelo menos 230 mil anos atrás) para os clados geográficos encontrados. As análises populacionais apontaram para uma forte estruturação entre as populações e entre os grupos de populações. Assim, conclui-se que as
populações de L. aurita são altamente estruturadas em clados geográficos e esse padrão encontrado pode ser explicado por fatores históricos explicados a luz de teorias consagradas em estudos
filogeográficos e também por fatores comportamentais e ecológicos da espécie.

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