O que o futuro nos reserva? Efeito das mudanças climáticas sobre a dinâmica populacional de pragas agrícolas no Estado do Espírito Santo

Nome: FERNANDA DE FREITAS GOMES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 25/03/2013
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Francisco Candido Cardoso Barreto Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Celso Oliveira Azevedo Examinador Interno
Francisco Candido Cardoso Barreto Orientador
Karina Schmidt Furieri Examinador Externo

Resumo: As alterações atribuídas ao aquecimento global são um dos maiores problemas enfrentados pelas espécies atuais em nosso planeta, sendo a temperatura um fator que influencia nos insetos em suas taxas de crescimento, desenvolvimento e tamanho corporal, consequentemente influenciando direta ou indiretamente sua sobrevivência, reprodução e movimento. Conforme a temperatura aumenta, o tempo de desenvolvimento diminui progressivamente. Com base nesse conceito, uma abordagem comum para modelar os efeitos da temperatura sobre o desenvolvimento de insetos é converter o seu tempo de desenvolvimento através do uso de Graus-dia. Utilizando-se dados sobre as médias de temperaturas mensais como variáveis independentes, podemos examinar a variação de atributos fisiológicos de organismos vivos através de modelos matemáticos. Hospedeiros e parasitóides possuem uma relação refinada de acoplamento fisiológico, de maneira que com a mudança de temperatura, a eficiência no controle de pragas por parte do parasitóide pode ser comprometida. Estudos avaliando o impacto da temperatura na biologia de Trichogramma podem ajudar a aumentar o estabelecimento e eficácia desses inimigos naturais em ecossistemas agrícolas. Dessa forma, um aumento esperado da temperatura do Espírito Santo, onde o agronegócio corresponde a 80% da atividade econômica, pode causar desestabilizações entre as dinâmicas populacionais de insetos causadores de danos em lavouras e às espécies de vespas parasitóides que as regulam. As espécies Tuta absoluta, Sitotroga cerealella, Trichogramma pretiosum e Trichogramma acacioi foram escolhidas com o objetivo de simular como as mudanças climáticas afetam a dinâmica populacional desses insetos para o presente, 2020, 2050 e 2080. Através de dados biológicos dessas espécies, foram gerados perfis do tempo fisiológico, comprovando a calibragem fisiológica entre o sistema Hospedeiro-Parasitóide; e simulações de dinâmica populacional projetando o presente e futuro. Tratando-se do Espírito Santo, é previsto que ocorra um aumento da temperatura em 2080 variando de 0,1 a 0,8°C em relação ao presente. T. absoluta e seu parasitóide T. pretiosum possuem um padrão entre suas densidades populacionais durante o presente, porém, para o futuro, a sincronia entre as densidades populacionais se perdem. Para S. cerealella e T. acacioi, não é possível identificar um padrão entre as populações de hospedeiro e parasitóide visto que a população de S. cerealella não sofre influência da
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temperatura. As evidencias do presente trabalho mostram que as variações de temperatura causaram efeito maior sobre as populações dos parasitóides do que as de hospedeiros.

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