PELD Hábitats Costeiros no Espírito Santo - ciclo 2
Resumo: Ecossistemas costeiros possuem importância econômica, ecológica e social únicas. Estuários, manguezais e demais ecossistemas costeiros são áreas de forte interesse econômico e frequentemente afetadas pelo crescimento urbano, mas concentram elevada produtividade biológica e consequentemente atuam como zonas de alimentação, berçário de espécies marinhas e são importantes zonas de amortecimento climático. Alguns efeitos climáticos em ecossistemas costeiros no Brasil têm sido reconhecidos pela indicação prévia de estudos que mostraram aumentos decadais de temperatura atmosférica (Marengo et al., 2010; Bernardino et al., 2015a). Neste sentido, redes nacionais (e.g. Rede Clima, PELD, SISBIOTA) e grupos independentes iniciaram esforços na aquisição sistemática de dados costeiros para entender as variabilidades de longo prazo e predizer como as mudanças climáticas poderão se traduzir em impactos ambientais e no bem-estar humano. Esta proposta PELD Hábitats Costeiros do Espírito Santo (PELD HCES) foi iniciada em 2016 (2016- 2020) e propõe continuar seu segundo ciclo de estudos de efeitos climáticos e degradação humana em ecossistemas costeiros localizados no litoral do Espírito Santo em um mosaico de áreas de proteção federal e municipal. Na região do PELD HCES, os ecossistemas de recifes costeiros, praias arenosas, estuários e manguezais abrigam alta biodiversidade, relevância ecológica e cultural, e são vulneráveis a impactos regionais e climáticos. Dados do PELD HCES mostraram que oscilações e extremos de temperatura costeiros influenciam os processos de recrutamento e modulação das assembleias bênticas recifais (Mazzuco et al., 2019, 2020). Períodos prolongados de seca, associados a El Niño em 2015-16, provocaram também drástica mudança em assembleias bênticas estuarinas (Gomes & Bernardino, 2020), e a perda de cerca de 30% de florestas de manguezais dentro da área do PELD HCES (Servino et al., 2018). Esses eventos foram monitorados desde o início do PELD HCES e trouxeram enorme oportunidade para a descrição de seus efeitos na ecologia destes ecossistemas, e mostram o valor dos investimentos em redes de observação de longo prazo (Bernardino et al., 2016; Muelbert et al., 2019). Os modelos ecológicos do PELD HCES são utilizados para identificar reguladores e testar as respostas de comunidades bentônicas costeiras nos diversos ecossistemas, através do monitoramento de variáveis de estrutura de assembleias (abundância, composição, riqueza, diversidade). Em florestas de manguezais monitoramos os estoques e ciclo do carbono, além de estimar a troca de gases entre solo, floresta e atmosfera. Em áreas costeiras de plataforma continental, realizamos também o monitoramento de assembléias de peixes associados a bancos de rodolitos dentro da APA Costa das Algas.
Data de início: 01/06/2021
Prazo (meses): 60
Participantes:
Papel | Nome |
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Coordenador | ANGELO FRAGA BERNARDINO |