Parques do Antropoceno: uso de iDNA metabarcoding no monitoramento e conservação de mamíferos da Mata Atlântica

Resumo: A época em que vivemos atualmente é caracterizada pelos grandes impactos humanos no planeta que resultam em alterações bióticas e abióticas nos ecossistemas. Biologicamente, nós alteramos profundamente a composição de espécies além de provocarmos a extinção de tantas outras. Historicamente, nós favorecemos a invasão de espécies alóctones sinantrópicas através de nossas migrações e colonizações. Como resultado, conduzimos a biodiversidade a uma crise sem precedentes que se assemelha a um dos cinco eventos de extinção em massa do planeta. Na tentativa de sanar ou mitigar o impacto humano sobre o ambiente, a partir da segunda metade do século XIX estabeleceu-se no Brasil a ideia de Unidades de Conservação, a qual novos objetivos foram sendo incorporados resultando num propósito final que considera, primariamente, a conservação da biodiversidade. Somente no ano de 2000 foram criadas as normas e critérios para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC. Visando buscar formas de acessar a biodiversidade com maior rapidez e eficiência, a fim de compensar minimamente esse atraso histórico, a tecnologia vem se unindo à zoologia tradicional e, nesse sentido, as ferramentas moleculares são empregadas como potentes aliadas ao conhecimento da biodiversidade. Sendo assim, o objetivo central desta proposta é viabilizar o registro e o monitoramento da diversidade de mamíferos em Unidades de Conservação da Mata Atlântica por meio de metaborcode de DNA ambiental. Para isso, propomos o emprego DNA metabarcoding cujo DNA ambiental total será proveniente de espécies de invertebrados (iDNA; abreviação de invertebrate-derived DNA), particularmente insetos e aracnídeos que se alimentam do sangue e carcaça de espécies de vertebrados a fim de detectar espécies de mamíferos em Unidades de Conservação da Mata Atlântica. Os objetivos específicos, e suas respectivas metodologias, contemplam: i) sintetizar os dados de ocorrência das espécies: levantamento das espécies de mamíferos previamente registradas nas UCs REBIO Sooretama e PARNA Caparaó, bem como ocorrências em potencial, por meio de sites especializados, coleções científicas e literatura; i) ampliar a biblioteca de referência: sequenciar os marcadores 12S e 16S para as espécies com potencial ocorrência nas áreas de estudo, que ainda não apresentem esse dado; iii) obter os dados em campo: coletas de artrópodes hematófagos e necrófagos nas UCs selecionadas empregando armadilhas específicas, bem como atrativos; iv) obter os dados moleculares: extração de iDNA, amplificação via PCR e sequenciamento dos marcadores moleculares 12S e 16S; v) analisar os dados moleculares: identificação taxonômica das sequências geradas por meio de BLASTn e pela biblioteca complementar obtida, além de comparação entre a diversidade de espécies obtida via iDNA metabarcoding com a diversidade previamente registrada nas duas UCs, e avaliação do método na recuperação da diversidade previamente registrada; vi) confeccionar protocolos metodológicos: serão elaborados documentos que propiciem o emprego da técnica para o monitoramento da mastofauna e que auxiliem a gestão das Unidades de Conservação na implantação de monitoramento desta diversidade; vii) divulgar os resultados e produtos: participação em eventos científicos e publicação de artigos científicos a fim de difundir os resultados dessa pesquisa.

Data de início: 16/07/2021
Prazo (meses): 60

Participantes:

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Coordenador ROBERTA PARESQUE
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