Florestas de Carbono Azul para mitigação de mudanças climáticas no offshore

Resumo: As mudanças do clima são uma crise iminente, mas as consequências sociais e econômicas de seus impactos não são igualmente distribuídas entre as nações, uma vez que os países emergentes tendem a ser os mais afetados. Neste sentido, as soluções baseadas na natureza, como conservação e restauração de ecossistemas naturais, são consideradas uma estratégia de longo prazo para mitigar os impactos das mudanças climáticas e das emissões de gases de efeito estufa. A restauração massiva de ecossistemas é essencial para que os países cumpram suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (CNDs) no Acordo de Paris, o que levou a ONU a proclamar a Década da Restauração de Ecossistemas (2021-2030). Os ecossistemas de Carbono Azul (CA, Blue carbon ecosystems - BC), termo designado para representar ecossistemas costeiros com vegetação (por exemplo: manguezais, marismas e pradarias marinhas), são áreas prioritárias para planos de restauração de ecossistemas, pois são notórios acumuladores de C além de fornecer uma gama de outros serviços ecossistêmicos. Os solos de mangue mostram uma capacidade de estoque de C muito maior do que ecossistemas de terras altas (por exemplo, Floresta Amazônica), no entanto, os mecanismos deestabilização ainda não são compreendidos. O Brasil é o terceiro país em distribuição de manguezais, detendo cerca de 7% da área global. Além disso, o potencial dos manguezais brasileiros nas CNDs do Brasil ainda é indeterminado, o que impede seu uso nos mercados de C globais. Neste projeto, propõe-se quantificar os estoques de C e as emissões de GEE em manguezais brasileiros sob diferentes usos do solo (por exemplo, prístinos, degradados e restaurados) e cenários geoclimáticos usando as melhores práticas internacionais disponíveis. Além disso, pretende-se identificar as causas das mudanças no uso da terra em florestas de mangue; compreender os mecanismos de armazenamento e estabilização de C em solos de mangue e avaliar como as concentrações de CO2 previstas afetarão a fisiologia das principais espécies de mangue. Esses dados permitirão a inclusão de florestas de mangue e sua conservação nos mercados globais de C, e potencialmente mitigar as emissões de GEE offshore.

Data de início: 2023-09-01
Prazo (meses): 48

Participantes:

Papelordem decrescente Nome
Colaborador Angelo Fraga Bernardino
Coordenador Tiago Osório Ferreira
Acesso à informação
Transparência Pública

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Fernando Ferrari, 514 - Goiabeiras, Vitória - ES | CEP 29075-910